segunda-feira, 16 de abril de 2012

Edulcorantes

Confira a entrevista que nossa diretora deu à Revista Ativia!

Apesar de difundido pelo país, o consumo dos adoçantes ainda traz muitas dúvidas para a população. Quais os tipos de adoçantes disponíveis no mercado?
Também chamados de edulcorantes, os adoçantes ganharam força entre a população que deseja fazer o controle do consumo de açúcar refinado (sacarose), por motivos estéticos ou para controle de diabetes. Possuem alto poder para adoçar as preparações, e sua produção pode ser obtida de origem natural ou pela produção artificial. Com tantas opções no mercado, é extremamente importante que o consumidor saiba diferenciar os benefícios e riscos apresentados à saúde. O primeiro passo é identificar a nomenclatura na embalagem comercial, que independe do nome do fabricante, de acordo com a listagem abaixo:

Adoçantes Naturais:

Steviosídeo – Não apresenta riscos à saúde e possui estabilidade ao calor, permitindo sua utilização em preparações culinárias. Possui poder adoçante 300 vezes maior que a sacarose. Não é metabolizado pelo organismo e em altas quantidades apresenta sabor residual amargo.

Sucralose – Produto derivado da cana de açúcar, feita por um processo de manipulação das moléculas do açúcar, gerando uma estrutura altamente estável. Possui poder adoçante 600 vezes maior que a sacarose. Não deixa sabor residual amargo e pode ser utilizado em preparações culinárias que necessitam ir ao fogo.

Açúcar Light – Feito com açúcar refinado (sacarose) e sucralose, possibilita o uso de metade da quantidade de açúcar. Possui calorias e não pode ser utilizado por pessoas portadoras de Diabetes.
Adoçantes Artificiais:

Ciclamato de Sódio – Derivado do ácido ciclâmico, possui estabilidade ao calor e vida longa. Adoça 30 vezes mais que a sacarose e não é metabolizado pelo organismo. Desde a década de 70, seu uso foi proibido nos EUA, sendo o consumo no Brasil permitido, em quantidades moderadas devido a alguns efeitos deletérios identificados em estudos realizados em ratos.

Aspartame – Possui poder adoçante 180 a 200 vezes mais que a sacarose. Não deixa gosto residual amargo e não pode ser utilizado em culinária, pois é termoinstável. Cada 1gr possui 4kcal.

Sacarina Sódica – 300 vezes mais doce que sacarose. Estável ao calor e ao frio, não é metabolizada pelo organismo

Acesulfame K – Poder adoçante 150 vezes maior que a sacarose, deixa sabor residual amargo e possui estabilidade ao calor o que fez com que seu uso fosse possível, principalmente na panificação. De acordo com a FDA (Food and Drug Administration), sua utilização máxima é de 15mg/quilo de peso corpóreo.

2) Ele realmente não engorda? Por quê?

Todo cuidado é pouco na hora de afirmar que adoçantes não engordam. Realmente, pela sua alta capacidade de adoçar um alimento, eles acrescentam menores ou nenhuma quantidade de calorias, quando comparados ao açúcar. No entanto, todo o cuidado é pouco. O maior problema é que as pessoas abusam de preparações que possuem adoçantes, achando que a isenção do açúcar retira as calorias das preparações. Esse é um engano tremendo!!! Os alimentos, mesmo adoçados com edulcorantes, podem algumas vezes conter quantidades iguais ou ainda maiores de calorias, devido à presença da gordura. Um grande exemplo disso é o Chocolate diet que não possui açúcar, mas contém altas quantidade das gorduras nocivas à saúde e às dietas.

3) Muitos acreditam que seu consumo é capaz de provocar câncer. Isso é verdade? Por quê?

Alguns tipos de adoçantes apresentam estudos que demonstram realmente o desencadeamento de células cancerígenas. Estudos com o Aspartame identificaram que o consumo maior que 2.000 – 4.000mg por quilo corpóreo ao dia apresentaram efeito cancerígeno. Estudos com o ciclamato demonstraram o desenvolvimento de câncer na bexiga, em ratos.

Vale ressaltar que a maioria dos resultados são consequentes de quantidades exacerbadas do produto, mas é importante ficar alerta e evitar o uso contínuo e em exagero. Minha recomendação é que se faça a troca do adoçante utilizado de tempos em tempos, o que evita o uso por tempo prolongado da substância.

4) Existe alguma restrição para o consumo desse produto por crianças? A partir de qual idade ele pode ser consumido?

Adoçantes e produtos diet não são recomendados para crianças. Em caso de diabetes na infância ou obesidade, o ideal é procurar a ajuda de um profissional habilitado que possa orientar o uso de maneira segura e consciente. Cada organismo possui suas particularidades e o nutricionista é o profissional capacitado para avaliar o paciente a fundo e indicar o melhor produtos para seu organismo.

5) E no caso das mulheres que estão gestantes? O consumo é liberado?

Em gestantes, somente a sucralose pode ser utilizada. Os edulcorantes aspartame e estevia apresentam efeito abortivo e devem ser restritos à esta população. A sacarina e o ciclamato também estão proibidos devido ao sódio que pode levar a um quadro de pré eclampsia, tão comum neste período. Para determinar a melhor opção, o ideal é procurar ajuda especializada para verificar qualquer outra restrição individual.

6) O consumo de adoçantes pode trazer algum malefício à saúde?

Além dos malefícios citados acima, existem outros problemas que podem ser desencadeados pelo uso de adoçantes. Em alguns estudos, O ciclamato de sódio demonstrou ser biotransformado no intestino à cicloexilamina, podendo apresentar efeitos adversos à saúde. Além deste, ciclamato e sacarina possuem efeito direto no aumento da pressão arterial e o acessulfame-K é proibido para pessoas com deficiências renais que necessitam limitar a ingestão de potássio. O aspartame também é contra indicado para fenilcetonúricos, por conter fenilalanina.

7) Ele é capaz de provocar algum tipo de intoxicação?

Todo adoçante, seja ele de mesa ou dietético, deve ser utilizado de maneira moderada, de acordo com recomendação da Organização Mundial de Saúde, evitando assim possíveis efeitos colaterais à saúde, tais como: dor de cabeça, mal estar, perda de humor e diarreia e até mesmo uma intoxicação.

8) Você considera positivo o uso de adoçantes? Faço essa pergunta, pois uma vez li que usar adoçante dá margem para a ingestão de mais alimentos que possam não ser calóricos, mas terem muito sódio, por exemplo.

Acho positivo o uso consciente e sob supervisão de um profissional habilitado. Caso contrário, o uso torna-se negativo, por apresentar perigo ao organismo.

Dra. Santhi kucera karavias - Personal Diet
- Graduada em Nutrição em 2005 pelo Centro Universitário São Camilo, Pós graduação em Obesidade e Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina – Unifesp;
- Projeto para mestrado (iniciado) em cardiologia no ambulatório de Lípides, da escola paulista de medicina - Unifesp;
- Diretora APAN, integrante do Comitê técnico Científico – Responsável pela coordenação do Caldeirão Universitário;
- Idealizadora e Coordenadora do Projeto Lancheira Saudável
Experiência auditoria, consultoria, aplicação de treinamentos em gestão de pessoas e processos, administração e supervisão em cozinhas industriais; Coordenação de Implantação de Softwares de Planejamento em empresas de refeições coletivas; Atuação em hospital e ambulatório público; Atualmente possui consultório próprio e atua como personal diet, ministra palestras e promove o evento Lancheira Saudável em entidades parceiras.


Capacitação de Gestores em Restaurantes Comerciais

domingo, 15 de abril de 2012

Sem glúten!

Carla Serrano trabalha na elaboração de chocolates. Fez diversos cursos na área de alimentos, sendo alguns deles Tecnólogo em Gastronomia, Especialização na Arte da
Confeitaria Profissional e MBA em Gestão de Empreendimentos Gastronômicos.
Atualmente trabalha com a criação, desenvolvimento e testes de receitas para uma grande marca.
Recentemente foi diagnosticada celíaca e aproveitou para converter o seu conhecimento técnico e o amor pela gastronomia no desenvolvimento de receitas sem glúten.