Por REYNALDO TUROLLO JR.
Dois agrotóxicos
chegaram ao mercado sem passar pela avaliação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) que examina eventuais danos à saúde
humana.
Essa avaliação é
obrigatória para o registro no Ministério da Agricultura, mas foi "pulada". Um
dos dois produtos beneficiados é o Diamante BR, inseticida da Ourofino
Agronegócios.
A empresa é a mesma
que, no ano passado, emprestou um jatinho ao então ministro da Agricultura
Wagner Rossi, do PMDB, no episódio que acelerou sua queda.
O outro produto que
não passou pela avaliação da Anvisa é o Locker, fungicida da FMC Química do
Brasil.
O Locker teve
registro publicado no "Diário Oficial da União" em junho, mas estava no mercado
desde março. O Diamante BR teve o registro publicado em setembro. Além desses
produtos, há irregularidades com ao menos mais três -dois da
Ourofino.
As vendas do
Diamante BR e do Locker foram proibidas após o Ministério da Agricultura
publicar no "Diário Oficial da União", em 17 de outubro, a suspensão do IAT
(Informe de Avaliação Toxicológica) desses produtos.
O ex-gerente de
Toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, denunciou suspeita de corrupção e
irregularidades em carta numa rede social. Segundo ele, houve até a falsificação
de sua assinatura. O caso foi revelado ontem pelo jornal "O
Globo".
Na carta, Meirelles
diz ter feito a denúncia. Sem "orientação [da Anvisa]", pediu à diretoria a
exoneração do gerente de Avaliação de Riscos, Ricardo Augusto Velloso -publicada
em 22 de outubro.
Na semana passada,
Meirelles foi surpreendido com sua própria exoneração.
OUTRO
LADO
Segundo a Anvisa, a
demissão de Meirelles "não tem relação direta" com a
apuração.
Velloso disse
desconhecer a falsificação de assinaturas para liberação de produtos. Afirmou
ainda que prestou os esclarecimentos durante as apurações na Anvisa, ao
contrário do que afirmou Meirelles no texto da carta
aberta.
A reportagem não
conseguiu falar com responsáveis pela FMC e pela Ourofino.
--
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Secretaria Operativa Nacional
fone: (11) 3392 2660 / (11) 7181-9737
site: www.contraosagrotoxicos.org
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