
A solução para este problema não está na proibição ou restrição radical destes produtos. O segredo é saber selecionar os alimentos de acordo com a composição exibida no rótulo dos alimentos. Mas como entender as informações e identificar quais são mais relevantes para a nossa saúde?
Na parte superior do rótulo, encontramos a porção do alimento que corresponde às quantidades de nutrientes descritas na tabela. É importante prestar atenção na porção que você oferece ao seu filho, para saber controlar as quantidades ingeridas de cada nutriente.
O primeiro item listado são as calorias, que fornecem o combustível para que nosso organismo possa trabalhar corretamente. É bom saber que os excessos calóricos podem contribuir para o aumento de peso corporal, principalmente quando associado à falta de atividade física. As quantidades diárias recomendadas para crianças variam de acordo com peso, altura, idade, sexo, atividades que pratica e por isso, o ideal é procurar um profissional nutricionista para elaborar um plano alimentar personalizado.
Mais abaixo do rótulo, estão as proteínas, componentes que atuam na construção de tecidos e órgãos e que não podem ser oferecidas em excesso para as crianças. Também temos os carboidratos, que fornecem energia para o organismo e merecem atenção especial por representarem também a quantidade de açúcar que o alimento possui. O açúcar não deve ser oferecido exageradamente, pois causa problemas como o diabetes, comumente desenvolvidos nas nossas crianças ultimamente.
Os lipídeos ou gorduras fornecem energia ao organismo, dão sabor aos alimentos e estão divididos nos subtipos: Gordura Saturada, trans, monoinsaturada e poliinsaturada. De todas, ressalto o perigo quanto ao excesso de gorduras saturadas. No entanto, a pior gordura é a trans, que além de aumentar o colesterol total e o LDL, diminui o HDL (bom colesterol) na corrente sanguínea.
As fibras devem ser oferecidas para as crianças, pois melhoram o funcionamento intestinal, diminuem a absorção de gordura e aumentam a saciedade. Portanto, um alimento fonte de fibras é uma boa opção para oferecermos às crianças.
Uma das informações mais importantes é o sódio, um mineral que não pode ser consumido em excesso, mas que está presente em grandes quantidades na maioria dos alimentos industrializados. Ele causa retenção de líquidos, causando inchaços, aumenta a pressão arterial, além de se acumular nos rins. A quantidade máxima que uma criança de 3 a 8 anos pode ingerir é em média 1.2mg.

A lista de ingredientes também é um item importante para ficarmos atentos. Os ingredientes estão sempre listados em ordem decrescente e por isso um produto que tenha como primeiro ingrediente açúcar, conclui-se que possui este componente em altas quantidades. Itens como glutamato monossódico, podem causar retenção de líquidos, aumento de peso, enxaqueca, moleza, insônia, entre outros. Os nitritos e nitratos, utilizados para dar a cor a embutidos, possuem estudos que os relaciona com problemas respiratórios e até mesmo câncer. Outros componentes como corantes e aromatizantes estão presentes e não devem ser oferecidos em excesso, pois estão relacionados ao câncer.
Os adoçantes também devem ser evitados para as crianças. Produtos light e diet não são boas opções, principalmente quando os adoçantes utilizados forem aspartame, ciclamato de sódio, sacarina sódica e sorbitol. Em caso de crianças diabéticas, vale lembrar que é essencial procurar um profissional para orientar a melhor escolha.
A alimentação das crianças pode ser saudável e saborosa ao mesmo tempo. Cabe a nós fazer escolhas inteligentes e usar de muita criatividade, dando preferência sempre que possível a alimentos in natura.
Santhi Kucera Karavias
Nutricionista ClínicaMembro da diretoria APAN
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