segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Qual é a nossa Missão?

O objetivo do livro O oitavo hábito – da eficácia à grandezade Stephen R. Covey é encontrar sua voz interior, ou seja, qual é o seu objetivo de vida, qual é a sua missão. Após essa reflexão, o autor pede para que você inspire outras pessoas a encontrar as vozes delas. É o nosso eu interior. O livro transcende as visões de liderança e cria a mesma a partir de todos os aspectos da natureza humana, ou seja, em todos os níveis: físico, mental, emocional e espiritual.

Os temas principais apresentados no livro são saber, conhecer e trabalhar com as quatro inteligências: emocional, mental, espiritual e física; ter visão; despertar nossos talentos ocultos; crescimento pessoal e coletivo; ser uma pessoa integral e aprender a viver e amar deixando um legado.

Não é um livro fácil de ler e entender sem ter lido ou pelo menos ter conhecido e praticado os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, seu livro anterior. O autor sugere várias alternativas para a leitura e prática dos conceitos do livro. Uma das sugestões é que cada capítulo seja lido e praticado uma vez por mês, prática da qual concordo plenamente, pois, são conceitos difíceis de serem incorporados em virtude de nossos hábitos e vícios já enraizados há tempo.

Não compartilho da idéia do autor de ensinar o conteúdo de cada capítulo lido com outras duas pessoas pelo menos. Acredito que primeiro temos que ler, entender e tentar praticar verdadeiramente os conceitos de cada capitulo, pois, nossos colegas, amigos e familiares estarão nos vendo/observando e assim, pelo nosso exemplo vamos ensinar os conceitos aprendidos e somente após, estaremos transmitindo a quem de fato quer ser ensinado, afinal cada pessoa tem seu livre arbítrio.

Lendo o livro relembrei com gratidão de como me inteirei sobre o conteúdo de outro livro seu ¨Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes ¨, livro que não li, mas, que fiz uma imersão sobre seu conteúdo na prática. Na verdade durante três anos comecei a aprender e tentar praticar num grupo de estudos com outras pessoas, a viver sobre as práticas integrais transformativas sob os conceitos da psicologia, nutrição e conteúdos de livros de diversos autores, entre eles Bert Hellinger com sua visão sistêmica e constelações familiares e empresariais, os quais tiveram oportunidade de acompanhar algumas. Nestas práticas também incluo os temas de inteligência emocional, espiritual e a grande oportunidade de vivenciar estas práticas com os conceitos da dinâmica espiral de Ken Wilber que vem complementar e enriquecer a visão sistêmica de evolução dos níveis de consciência na visão de homem, de mundo e de saúde. A dinâmica da espiral traça uma linha de desenvolvimento do ser humano que pode ser ampliado para a gestão de empresas, análise social, econômica e familiar. Ela ajuda-nos a compreender as formas de funcionamento e crescimento de cada um dos níveis de desenvolvimento existencial, daqueles mais primários até os níveis mais holísticos e integrais, onde os níveis superiores incluem e transcendem os anteriores.

Na Figura 1 mostrada no livro denominada ciclo de construção de hábito, podemos observar que um dos focos principais são os sete hábitos, como mudar um hábito antigo e criar um novo, aliás, uma das primeiras coisas que aprendi a colocar em prática, o que não é tão fácil assim, pois, temos hábitos que carregamos desde a infância e difíceis de serem mudados, mas não impossíveis. Na figura fica bem claro que, para criarmos um novo hábito temos que ter conhecimento, habilidade e vontade. Podemos exemplificar com o tema alimentação, para mudarmos nossos hábitos alimentares, temos que ter conhecimento da importância para nossa vida (corpo, mente e espírito) de uma alimentação saudável, é o que fazer e porque fazer. Habilidade para mudarmos nossa alimentação nós temos, é o como fazer e por último é a nossa vontade de querer mudar a alimentação, querer fazer. Este modelo é bastante prático e dá para usarmos tanto no pessoal como no profissional.
Nestes estudos em grupo que denominamos de PIT – Práticas Integrais transformativas, tínhamos alguns objetivos:

1. Eu tenho responsabilidade sobre a minha prática e pelas transformações em meu corpo e ser, que fluem da prática;
2. Respeito os coordenadores e colegas praticantes, porem entendo que tenho autoridade final;
3. Enquanto mantenho minha autonomia individual e autoridade, me comprometo com o grupo do PIT na visão e na prática;
4. Entendo que pelo menos duas pessoas podem formar um grupo. Também sei que posso criar um grupo através da internet ou até praticar sozinho abrindo mão da melhoria que o grupo PIT pode oferecer;
5. Eu entendo que posso aumentar ou estender qualquer parte do PIT;
6. Posso estender os períodos de meditação para outros horários do dia;
7. Realizo exercício aeróbico em períodos de aproximadamente de 20 minutos;
8. Faço exercícios com pesos pelo menos 2 vezes por semana;
9. Cultivo emoções positivas tais como amor e compaixão;
  1. Reduzo (pelo menos tento) sentimentos dolorosos, tais como o medo e a raiva, através de terapias individuais ou em grupos;
  2. Incentivo e tenho atitudes de ajuda, tais como gratidão e generosidade;
  3. Procuro me alimentar de maneira saudável e o mais natural possível;
  4. Leio 01 livro a cada dois meses de assuntos diversos para ampliar a minha visão.
Pelas minhas práticas acima citadas e como já havia comentado na abertura deste texto, com a leitura do livro O 8ºHábito pude entender que o autor pretendeu neste livro não criar um novo hábito, mas, sim reforçar tudo que havia sido discutido no outro livro e incorporar em suas práticas diárias transcendendo numa visão holística, em síntese nosso crescimento e amadurecimento.

Sei pela minha experiência: o que sentimos reflete a forma como vemos o mundo, se sentimos raiva olhamos para o mundo (de forma) hostil; se sentirmos medo vemos ameaça em todo lugar, porém quando o amor preenche nossa mente, vemos um mundo que grita para amar e ser amado.

A maioria das pessoas assume que geralmente temos que receber tudo de fora, ou seja, é o sempre receber e nada dar e, colocando-se numa busca desesperada de uma vida inteira pela pessoa, relacionamento, pelo trabalho ou comunidade perfeita, esperando receber o amor que anseiam.
 
Quando nosso sentido de bem estar depende de aprovação e amor de outras pessoas, naturalmente nos tornamos dependentes ou até viciados. Nós nos agarramos, exigindo atenção exclusiva e amando condicionalmente, oferecendo amor quando os outros se comportam como nós queremos e recusando amor quando os outros não se comportam como nós queremos. Obviamente isso se reflete em nossa postura, visão e comportamento, portanto, precisamos mudar, incorporar novos hábitos e realmente vivermos pela nossa missão.

Através dos estudos que vivenciei e com a leitura do livro, posso relatar que se tratando de lideranças me conscientizo que toda pessoa tem o direito de ser quem é, temos que ajuda-las a trabalhar melhor, de acordo com raciocínio delas, não com o meu. Selecionar as pessoas naturalmente capazes; aquelas que pensam do modo que o trabalho requer.

Liderar pessoas para obter qualidade, produtividade e decência de um modo que se ajuste ao mundo delas. Pessoas não deveriam ter que se tornar diferentes para realizar um trabalho – basta aplicar a força interior que elas já possuem. Construir sistemas que fluem e engrenam estas pessoas à liderança e às tecnologias. Facilitar a mudança, oferecer suporte para aqueles que querem, mas não punir os outros por serem quem são.

Sempre pergunto quando surge algum obstáculo profissional o seguinte: Por que (motivo); Como (processo); Quem(sentimento); Quando (futuro); Não apenas O que (fatos). Se o momento é de mudança, sempre pergunto: ¨mudar do que para o que? Temos que ter as respostas. Relato alguns conceitos por mim aprendidos e que procuro sempre colocar em prática nas questões principais que regem a minha vida que são amor e trabalho; tento saber lidar com emoções conflitantes; sentir prazer sem conflito; ter consciência dos pensamentos e sentimentos; aprender pela experiência;ser flexível; se adaptar a um ambiente mutável; assumir a responsabilidade pelas próprias ações; viver sem medo, culpa ou ansiedade; se ajustar ao mundo externo com satisfação; dominar a tarefa de aculturação.

Acima de tudo aprender, colocar em prática e saber ensinar e compartilhar todas estas experiências e com certeza deixar um legado. E voce? Qual é a sua missão?
 
Dra. Marli Brasioli
Presidente APAN
Gestão 2011/2014

Referências Bibliográficas

COVEY, R.STEPHEN ABRAHAM, R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. Ed. Best Seller, 1989.

COVEY, R.STEPHEN ABRAHAM, R. O 8º Hábito – da eficácia à grandeza. Ed. EditoraCampus, 2005.

INSTITUTO EVOLUIR – Práticas Integrais Transformativas – notas de aula, 2005

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