segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O difícil caminho para dar alimento a 7 bilhões de pessoas


sex, 13/12/13
por Amelia Gonzalez |


Apontada por dez entre dez especialistas, inclusive pela ONU, como um caminho para resolver uma questão emergencial da humanidade – fornecer alimentos saudáveis  a 7 bilhões de pessoas – a agricultura familiar vem ganhando espaço nas mesas de debates sobre um mundo sustentável. Tanto assim que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) determinou que 2014 será o ano da agricultura familiar. Aos céticos, que já estão se perguntando o resultado prático desse tipo de anúncio, vale lembrar que 2013 foi o ano da Quinoa. E não sei quanto a vocês, mas nos espaços onde compro meus alimentos, que incluem desde feiras orgânicas a grandes redes de supermercados, nunca vi tanta oferta deste cereal andino.
Logo, o que quero dizer é que tornar 2014 o ano da agricultura familiar pode ser útil para pôr holofotes sobre este sistema.  Agricultura familiar é definida como uma forma de organização agrícola, florestal, de pesca, pecuária ou aquicultura gerida e operada por uma família, abrangendo agricultores de pequena e média dimensão, camponeses, comunidades indígenas, pescadores e pastores. E, segundo pesquisadores, é imprescindível ter estudos sobre o tema que possam nortear algumas iniciativas a fim de dar mais força aos pequenos agricultores.
Na terça-feira passada (dia 10), no entanto, uma reportagem divulgada do jornal “Valor Econômico” concluiu que, sim, o crédito rural aumentou oito vezes em relação a dez anos atrás, mas os reflexos  disso sobre a produção são incertos. Isso porque, embora segundo o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), o Plano Safra Agricultura Familiar tenha disponibilizado R$ 4,2 bilhões em 2002 quando R$ 2,2 bilhões foram efetivamente contratados e  no ciclo 2012/13, foram anunciados R$ 18 bilhões e as contratações somaram R$ 18,6 bilhões, não há estudo  sobre os resultados agrícolas do emprego desse valor.
Pedi ao ex-presidente do Consea, especialista em segurança alimentar e atual pesquisador do Ibase Chico Menezes, que me ajudasse a pensar sobre o assunto.  Segundo ele, o MDA usa como referência  dados de 2006, dando conta de que produtos da agricultura familiar  ocupam 70% da produção de alimentos no Brasil. Mas, para Menezes, esse dado pode estar superestimado.
—- A agricultura familiar ganhou incentivos, respondeu com dinamismo, mas enfrenta dificuldades.  Tem uma importância fundamental para a alimentação dos brasileiros mas não podemos afirmar com tanta convicção que chegue a níveis tão elevados – disse ele.
Cuidadoso, Chico Menezes acha que é preciso lidar com esses dados sem muita euforia já que o agronegócio continua recebendo recursos governamentais proporcionalmente maiores e está de olho, é claro, na camada da população que saiu da miséria e começa a ter condições de pagar por seus alimentos.
—– É importante observar que enquanto a lógica do agronegócio é a de ter o alimento como mercadoria, a lógica da agricultura familiar é ter alimentos mais seguros e associados às culturas alimentares de cada região. Hoje o que mais nos preocupa no mundo é essa tendência cada vez maior de o alimento se tornar mais uma mercadoria.  A lógica é extrair lucro dos alimentos, o que põe o sistema alimentar em risco.
No Brasil de hoje, segundo Chico Menezes, enquanto o governo acha que é possível o agronegócio e a agricultura familiar conviverem lado a lado, a sociedade civil, basicamente representada pelo Conselho de Segurança Alimentar (Consea), enxerga aí um grande antagonismo.
—– Existe uma situação de disputa permanente e o Consea tem uma posição de que esse antagonismo não deve ficar escondido.  O governo tem programas importantes de estímulo à agricultura familiar mas ele precisa do agronegócio para equilibrar sua balança comercial com as exportações.
Com os incentivos, lembra Menezes, a agricultura familiar cresceu, houve aumento do crédito, dos tomadores de crédito:
—- Mas não basta haver crédito. Um ponto que precisa ser reforçado é a assistência técnica, que ainda é insuficiente. Acho que ainda existe um padrão da agricultura convencional, com uma carga muito grande de agrotóxicos. Outro aspecto a ressaltar é a dificuldade de acesso aos insumos, à terra. Vejo que, como já existem políticas para a agricultura familiar, todos esses pontos precisam ser examinados.
Um ponto frágil para a agricultura familiar é ter mercado para aquilo que ela produz, o que pode influenciar no seu nível de segurança para continuar no negócio. No Programa Fome Zero existe um subprograma que foi criado para unir as duas pontes:  a produção dos pequenos agricultores e os consumidores mais vulneráveis. No entanto, segundo Menezes, em onze anos de implantação o orçamento para este fim não passou dos R$ 2 bilhões.
—- A agricultura familiar brasileira recebeu reforço também por causa do programa nacional de alimento escolar – disse Menezes.
Hoje, no mundo todo, segundo informações do site da FAO, a agricultura familiar abrange 500 milhões de propriedades, motivo pelo qual a agência das Nações Unidas decidiu pôr o tema em evidência este ano. Dados de 2006 dão conta de que na América Latina e Caribe 80% das propriedades rurais eram de natureza familiar, empregando 70% da mão-de-obra agrícola.  Uruguai, Chile, Paraguai e Argentina tinham  apenas 30% das fazendas com esse sistema.
Perguntei a Menezes se ele acha que há uma tendência mundial de valorizar os alimentos não processados e ele disse que não. Na verdade, as práticas brasileiras são experimentadas em outros países.
—- E é importante também perceber que a agricultura familiar não se afasta da possibilidade de processar alimentos, muita coisa já é feita. Mas precisaria haver investimento severo para isso porque, ao mesmo tempo, se estaria trabalhando em prol de uma alimentação mais saudável – disse ele.
Sendo assim, ficamos combinados: a agricultura familiar é boa para todos. Mas a dificuldade de produção em escala, que vem melhorando mas ainda é grave, dificulta a vida dos pequenos produtores. A dica para nós, cidadãos que queremos alimentos saudáveis mas não temos como comprar produtos muito mais caros, é diversificar. Comprar em vários lugares, não só comparando preços mas também procurando novidades pode ser um bom caminho. É o que estou experimentando.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Moção sobre desmanche da legislação sobre agrotóxicos

Está sendo veiculada na imprensa a informação de que a Casa Civil prepara uma medida provisória, a ser publicada até o final deste ano, criando uma comissão técnica que passaria a ser responsável pela análise e registro de novos agrotóxicos.
Duas propostas foram apresentadas ao governo: uma encaminhada pelas empresas do setor, que sugere a criação da CTNAgro, subordinada à Casa Civil e com 13 membros, e outra encaminhada pela bancada ruralista, que sugere a criação da CTNFito, composta por 16 membros, e que teria até 90 dias da data da entrega de um processo para se posicionar em relação ao novo registro.
Conforme a proposta, a nova comissão teria poderes para decidir sozinha, suprimindo, assim, as competências dos órgãos de saúde e meio ambiente.
A comissão que se pretende criar é inspirada na CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, instituída pela Lei 11.105/2005, e que confiscou as atribuições da Anvisa e do Ibama na avaliação de riscos e de decisão sobre o uso de produtos transgênicos no país. O resultado da criação desse tipo de instância é que até hoje nenhum pedido de liberação comercial de organismo transgênico foi rejeitado, apesar da existência crescente de sérias evidências de riscos.
É preciso lembrar que o expressivo aumento das lavouras transgênicas no Brasil foi um dos grandes responsáveis por levar o Brasil a ocupar, desde 2008, a primeira posição no ranking mundial de consumo de agrotóxicos.
Atualmente, além e ser o campeão mundial no uso de venenos, o Brasil importa e permite a aplicação de produtos proibidos em outros países, sem falar na entrada ilegal de produtos.
O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) tem indicado que, nos últimos anos, cerca de 30% dos alimentos consumidos pelos brasileiros apresentam resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos ou resíduos e agrotóxicos não registrados no país. Outros cerca de 40% apresentam resíduos dentro dos limites permitidos – o que, na verdade, não significa que o seu consumo seja seguro, pois o estabelecimento desses limites é fortemente controverso no meio científico.
Agravando ainda mais esse quadro, recentemente, a regulação dos agrotóxicos sofreu mais um grande retrocesso com a aprovação do Projeto de Lei de Conversão (PLV 25/2013) da Medida Provisória 619/2013, cujo artigo 53 deu ao Ministério da Agricultura o poder de anuir temporariamente, à revelia da Anvisa e do Ibama, sobre a importação, produção, distribuição, comercialização e uso de agrotóxicos não registrados no país em caso de declaração, pelo próprio MAPA, de emergência fitossanitária ou zoossanitária.
A medida tinha como objetivo permitir a utilização de venenos à base de benzoato de emamectina para o controle da lagarta Helicoverpa armigera, cuja população explodiu, segundo avaliação do próprio MAPA, como consequência da difusão das lavouras transgênicas Bt.
Diante desse quadro, afirmamos que não é possível aceitar que esse desmanche da legislação sobre agrotóxicos venha do mesmo governo que acaba de assumir compromisso com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e que teria como uma de suas mais abrangentes tarefas exatamente lutar pela redução do uso de agrotóxicos no Brasil.
Sendo assim, repudiamos as iniciativas em negociação na Casa Civil e demandamos uma clara posição do governo sobre o que se espera do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) e do seu plano de redução do uso de agrotóxicos.
Brasília, 06 de dezembro de 2013.

Assinam esta moção as seguintes instituições membro da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO):

ABA Associação Brasileira de Agroecologia
ANA Articulação Nacional de Agroecologia
AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia
BrasilBio Associação Brasileira de Orgânicos
CAA-NM Centro de Agricultura Alternativa Norte de Minas
CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
CTAO – Câmara Temática de Agricultura Orgânica
MIQCB – Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu
MMC Nacional – Movimento de Mulheres Camponesas
MPA – Movimento de Pequenos Agricultores
MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
RCSXX – Rede de Comercialização Solidária Xique Xique
Rede Ater Nordeste
Rede Cerrado
Rede Ecovida de Agroecologia
Unicafes – União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

VI CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO E CÂNCER, GANEPÃO 2014 E IV ICNO





14/05/14 a 17/05/14

VI Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer (CBNC), Ganepão 2014 e IV ICNO
Local: Centro Fecomercio de Eventos em São Paulo/SP
Informações e Inscrições: www.ganepao.com.br


 

Voltado para atender as necessidades de médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos, entre outros profissionais na área da saúde, o Congresso vai contribuir para a disseminação e valorização de contatos, troca de experiências, metodologias científicas e práticas capazes de consolidar a posição do Brasil como um dos países mais qualificados na prática da nutrição clínica.

Ao todo teremos quatro dias de intensa atividade científica e didática sob responsabilidade do nosso corpo docente multiprofissional. Contaremos com renomados professores nacionais e internacionais da América Latina, Estados Unidos e Europa para discutir o tema: “Do Catabolismo ao Anabolismo em Câncer”.
 
O Ganepão acompanha as mudanças e tendências científicas na prática clínica e busca comunicar, de forma integrada, esses conhecimentos aos seus parceiros e patrocinadores.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

Evento no Hospital Sírio-Libanês

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DEBATE NOVAS CONDUTAS
NO TRATAMENTO AVANÇADO DE FERIDAS

Novas tecnologias aliadas a diagnóstico e tratamento mais precoce
apressam e atingem melhores resultados

Com o objetivo de chamar a atenção de profissionais da área da saúde para as novidades tecnológicas e evidenciar a importância de diagnóstico e tratamento precoce de pacientes com feridas, o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP-HSL) promove, nos próximos dias 29 e 30 de novembro, o VI Simpósio Internacional de Tratamento Avançado de Feridas.

Sob a coordenação do Prof. Dr. Marcus Castro Ferreira, o evento discutirá um tema ainda pouco difundido entre os especialistas, com uma programação dividida em dois dias.

Em 29/11, primeiro dia, o conteúdo terá abrangência diversificada quanto ao tratamento de diversas feridas chamadas complexas. O segundo dia será voltado para o tratamento avançado em lesões de pacientes diabéticos, abordando aspectos gerais e especiais dessa ferida, que é de alta prevalência em todo o mundo, causando morbidade a seus portadores e grande custo aos sistemas de saúde público e privado.

Segundo o coordenador do Simpósio, tratar o problema com antecipação permite melhores resultados e maior índice de fechamento dessas lesões, com avanço significativo da qualidade de vida do paciente e a diminuição de gastos para esses cuidados. “Em casos agudos, é fundamental cicatrizar a ferida antes que ela se torne crônica. Atualmente é feito um tratamento que chamamos de extensivo, baseado nas constantes trocas de curativo. Nos casos já crônicos, mostraremos casos de feridas complicadas e maneiras mais precisas e tecnológicas para a abordagem profissional, preparando para a reconstrução pela plástica”, enfatiza o especialista.

Segundo Marcus Castro Ferreira, a cirurgia plástica em feridas complexas - em geral, e em especial no diabetes - é pouco difundida até mesmo entre os médicos. “O cirurgião plástico tem formação profissional, na maioria das vezes, para tratar casos mais convencionais e ligados à estética. São poucos os que cuidam de pacientes com feridas diabéticas.”

Avanços tecnológicos

Em meio a diversas novidades e procedimentos, o Simpósio vai enfatizar a chegada de alguns recursos hospitalares pouco utilizados no Brasil. Um deles é a terapia por pressão negativa (a vácuo), equipamento utilizado para a aspiração de líquidos produzidos nas feridas, que impedem a evolução normal para a cicatrização. Entre outros benefícios, substitui a troca diária de curativos.

Para a avaliação de sensibilidade nos pés de pacientes diabéticos, o novo aparelho Pressure-Specific Sensory Device (PSSD) será amplamente apresentado aos participantes como um importante método de pesquisa e de seguimento da doença no diabético e de sua relação com o aparecimento de feridas. De acordo com Marcus Castro Ferreira, o Hospital Sírio-Libanês é um dos pioneiros na importação da tecnologia, além do Hospital das Clínicas.

“Com investimento tecnológico e cirúrgico relacionado às feridas é possível conseguir resultados mais rápidos e adequados ao longo do tratamento, o que barateia o processo para todos os envolvidos (consumidor final, governo e instituições) e traz benefícios significativos para a qualidade de vida do paciente”, explica o especialista.

Interatividade

A interação entre palestrantes e especialistas de alguns dos principais estados brasileiros é um dos diferenciais do Simpósio, que será acompanhado em tempo real por médicos e estudantes, por meio de videoconferência. Eles poderão enviar perguntas e expor situações a serem debatidas durante o evento.

Especialistas renomados

Além de profissionais brasileiros,o evento contará com especialistas internacionais. O médico e Professor da Universidade de Cologne, Dr. Hans Smola, da Alemanha, fará apresentação sobre a cicatrização de feridas em pacientes diabéticos.  O Dr. Joon Pio Hong, Chefe do Departamento de Cirurgia Plástica dos Centros de Câncer e Diabetes do ASAN Medical Center, da Coréia do Sul, comandará os debates sobre retalhos microcirúrgicos em úlceras diabéticas.

Serviço
Evento: VI Simpósio Internacional de Tratamento Avançado de Feridas
Data: 29 a 30 de novembro
Local: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa
Endereço: Rua Coronel Nicolau dos Santos, 69 – São Paulo-SP
Informações: http://iep.hsl.org.br/Paginas/curso.aspx?IdAtividade=565&pnv=0


Informações para Imprensa
Assessoria de Imprensa do Hospital Sírio-Libanês:
WN&P Comunicação:  Gabriel Luccas (gabriel.luccas@wnp.com.br)
                                      Itacir Figueiredo (itacir.figueiredo@wnp.com.br)
                                      Tel: (11) 3155-1090/ 1180
SP 11/2013                    Plantão: (11) 99135-1217



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Parecer CRN -3 - Restrição ao consumo de Glúten

A recomendação para a restrição de consumo de glúten vem sendo adotada de forma indiscriminada por inúmeros nutricionistas, o que levou o Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-3) a promover um encontro científico (projeto Ponto e Contra Ponto) para discussão do tema. Este encontro reuniu adeptos de diferentes condutas envolvendo o tema “Quando Retirar o Glúten da Dieta”, que foi amplamente exposto e discutido, tendo sido acordado que a eliminação do glúten da dieta só deve acontecer mediante diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca, de dermatite herpetiforme, de alergia ao glúten, ou quando, eliminada a hipótese de doença celíaca, haja diagnóstico clínico confirmado de sensibilidade ao glúten (também denominada como intolerância ao glúten–não celíaca).

Esta conclusão esta respaldada por:
- Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em:< http://www.funcionali.com/php/admin/uploaddeartigos/Consenso%20Brasileiro%20sobre%20Alergia%20Alimentar.pdf>
- American Dietetic Association (ADA). Celiac disease (CD). Evidence based nutrition practice guideline. Chicago (IL): American Dietetic Association (ADA); 2009. Various p. [341 references]. Disponível em:
- Ciclitira PJ. Management of celiac disease in adults. UpToDate. Last literature review version 19.3: 2011. Disponível em: < http://www.uptodate.com/contents/management-of-celiac-disease-in-adults>
Diante destas evidências este regional determina aos nutricionistas inscritos no CRN-3, a adoção das seguintes diretrizes quanto às recomendações para consumo de glúten:

1- A recomendação indiscriminada para restrição ao consumo de glúten não encontra atualmente respaldo na ciência da nutrição e está em desacordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar (2007);

2- A recomendação de restrição de consumo de glúten deve ser destinada aos pacientes com diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca, de dermatite herpetiforme, de alergia ao glúten, ou quando, eliminada a hipótese de doença celíaca, haja diagnóstico clínico confirmado de sensibilidade ao glúten (também denominada como intolerância ao glúten–não celíaca). Deve-se salientar que o diagnóstico clínico é de competência exclusiva do médico;

3- O descumprimento dessa diretriz oferece indícios de infringência ao Código de Ética do Nutricionista por desrespeito ao Princípio Fundamental explicitado no seu artigo 1º e pelo descumprimento do artigo 6º, inciso VI, sujeitando os infratores a Processo Disciplinar e às penalidades previstas na legislação.

Plenário do CRN3

Gestão 2011-14


Parecer CRN-3 - Restrição ao consumo de Leite

INTRODUÇÃO
O Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (SP, MS), no cumprimento de suas atribuições de orientar e disciplinar a prática profissional dos nutricionistas inscritos, emite parecer sobre a restrição ao consumo de leite. Este parecer foi construído com base no encontro com especialistas promovido no Projeto Ponto e Contraponto e divulga os pontos acordados que devem subsidiar a prescrição dietética do nutricionista.

O CRN-3 ESCLARECE E ORIENTA:
1) O leite de vaca e de outras espécies animais são excelentes fontes de nutrientes e podem fazer parte de uma dieta normal de indivíduos em todas as fases do desenvolvimento, especialmente na infância;

2) A recomendação indiscriminada para restrição ao consumo de leite e derivados não encontra atualmente respaldo científico com nível de evidência convincente e está em desacordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar (2007);

3) A restrição ao consumo de leite e derivados somente deve ser feita aos pacientes com diagnóstico clínico confirmado de Intolerância à Lactose, sensibilidade à proteína do leite (Alergia à Proteína do Leite de Vaca – APLV) ou de outras condições fisiológicas e imunológicas. Deve-se salientar que o diagnóstico clínico é de competência exclusiva do médico;

4) O descumprimento dessa diretriz aponta indícios de infringência ao Código de Ética do Nutricionista (Resolução CFN nº 334/2004), por desrespeito ao Princípio Fundamental, explicitado no seu artigo 1º, e pelo descumprimento do artigo 6º, inciso VI, sujeitando os infratores a Processo Disciplinar e às penalidades previstas na legislação.

Referências bibliográficas
COMINETTI,C.; BORTOLI,M.C.; COZZOLINO,S.M.F. – Leite: Fonte de Proteínas, minerais e vitaminas in: ANTUNES,A.E.C & PACHECO, M.T.B (Org.). Leite para adultos: Mitos e fatos frente à ciência. São Paulo: Varela Editora e Livraria Ltda, 2009, v. 1, p.177-213.


FREIRE,S. & COZZOLINO,S.M.F. – Impacto da exclusão do leite na saúde humana. in: ANTUNES,A.E.C & PACHECO, M.T.B (Org.). Leite para adultos: Mitos e fatos frente à ciência. São Paulo: Varela Editora e Livraria Ltda, 2009, v. 1, p. 229 -238.

INSTITUTE OF MEDICINE, DRIs – Dietary Reference Intakes for calcium, and Vitamin D. National Academic Press, Washington, D.C., 2011. Disponível em: http://www.nap.edu/iom.

Consenso Brasileiro de Alergia Alimentar 2007. - Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008.

Colegiado do CRN3
Gestão 2011-2014
Colaboradoras:
Dra. Silvia Maria Franciscato Cozzolino (CRN-3/ 0621)
Dra. Camila Carneiro Diniz (CRN-3/ 17277)
APROVADO EM REUNIÃO PLENÁRIA DE 10/09/2012


http://www.crn3.org.br/legislacao/Parecer_Leite_Final.pdf


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Nutrição em Academias do Fitness ao Wellness,editora Roca, por Luciana Rossi

Nutrição em Academias – do Fitness ao Wellness abrange uma área em crescimento e ainda pouco explorada da nutrição: aquela aplicada a indivíduos fisicamente ativos que buscam qualidade de vida
A editora Roca, integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, lança a obra Nutrição em Academias - do Fitness ao Wellness. Escrita por Luciana Rossi, especialista em nutrição esportiva, com mais de 15 anos de docência e experiência na área, a obra reúne o conteúdo baseado em estudos científicos  e atuação  de profissionais brasileiros na área de nutrição esportiva.

Dividida em oito capítulos, a obra apresenta o conteúdo cuja principal finalidade é servir como texto de referência para a prática da nutrição esportiva em academias. O público-alvo é, portanto, o aluno de pós-graduação em nutrição e os nutricionistas que atuam na área de nutrição esportiva.

Academias de ginástica e Inserção e atuação na área de nutrição em esporte são alguns dos temas apresentados, fundamentais para o nutricionista que pretende iniciar o seu trabalho na área de nutrição esportiva, uma vez que poderá obter conhecimentos práticos sobre as diversas possibilidades de atuação neste campo profissional.

Nutrição em Academias - do Fitness ao Wellness conta com a experiência de 15 anos da autora na área de docência (graduação e pós-graduação), atendimento e acompanhamento nutricional de atletas e desportistas. Além disso, de forma inédita,  tem seu conteúdo voltado ao atendimento do público praticante de atividade física e não apenas os atletas, como o fazem a maioria dos livros na área de nutrição esportiva.

Luciana Rossi é graduada em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e concluiu o mestrado em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Primeiro título de especialista em Nutrição em Esporte pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN). Professora do Curso de Nutrição da Disciplina de Nutrição em Esportes do Centro Universitário São Camilo e coordenadora da Pós-graduação Lato Sensu de Nutrição em Esporte e Estética em Wellness do Centro Universitário São Camilo.

Sobre a editora Roca:
A editora Roca, integrante do GEN desde 2011, dispõe de um importante catálogo nas áreas de Medicina, Medicina Veterinária, Medicina Tradicional Chinesa, Saúde Mental, Nutrição e Turismo. Conta, atualmente com mais de 700 obras, predominantemente de autores nacionais. Entre suas obras de destaque estão: Tratado de Clínica Médica, livro vencedor do Prêmio Jabuti em 2007, Manual Merck de Informação Médica, Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia e o Tratado de Otorrinolaringologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia. A editora é integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, maior grupo editorial do segmento científico, técnico e profissional do país, que também reúne as editoras Método, Forense, Forense Universitária, Santos, Guanabara Koogan, LTC, AC Farmacêutica e EPU.

Sobre o GEN | Grupo Editorial Nacional:
Formado oficialmente no segundo semestre de 2007, o GEN | Grupo Editorial Nacional reúne as já consagradas editoras Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense, Método, Forense Universitária, AC Farmacêutica, EPU e Roca. O objetivo do Grupo é prover o mais completo conteúdo educacional para as áreas científica, técnica e profissional (CTP). Com sedes no Rio de Janeiro e São Paulo, e representantes em diversas capitais do Brasil, o GEN oferece um catálogo com mais de 4.300 títulos e mais de 700 obras em formato digital. Seus livros tornaram-se essenciais na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e estudantes de Administração, Direito, Enfermagem, Engenharias, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia, entre outros.

DADOS DA OBRA
Título: Nutrição em Academias do Fitness ao Wellness
Autora: Luciana Rossi
Edição: 1ª | 2013               
Quantidade de páginas: 264

Versão impressa
: R$ 69,00
Versão eletrônica: R$ 49,00

À venda nas principais livrarias ou pelo site: www.grupogen.com.br

Mais informações:

A+ Comunicação
Atendimento: Monique Azeredo - monique@amoramaiscomunicacao.com.br
Coordenação: Ana Carolina Hildebrandt -anacarolina@amoramaiscomunicacao.com.br
Diretora de Comunicação: Tatiana Marzullo Varges – tatiana@amoramaiscomunicação.com.br
Tel: 21. 3150-3053/ 3071-1703/ 3047-1144/ 8143-0333



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Programação do I Congresso Alagoano de Nutrição

Inscreva-se no site www.alnut.com.br com várias formas de pagamento e, se com cartão de crédito, parcelado em até 4 vezes.
Sócios da ALNUT, ASBRAN e rede associada têm desconto de 50% (pague a anuidade de 80 ou 40 reais – profissional ou estudante, respectivamente, e desfrute imediatamente de todas as vantagens da rede ASBRAN).
Inscrições realizadas até 30 de outubro têm desconto adicional de 30%.
Submissão de trabalhos pode ser realizada até às 24 horas do dia 15 de outubro.

I CONGRESSO ALAGOANO DE NUTRIÇÃO
PROGRAMAÇÃO
7 de novembro (quinta-feira)
9:00 às 12:00 e 13:30 às 17:00
Curso 1 - Fitoterápicos na prática clínica (Leandro Medeiros-PE)
Curso 2 - Revisão sistemática e metanálise (Bernardo Horta- RS)
Curso 3 - Gestão da qualidade em Unidades de Alimentação e Nutrição (Márcia Paranaguá-BA)
Curso 4 - Atenção à saúde do escolar: estratégias de promoção da alimentação saudável (Juliana Oliveira-PE/ Emília Chagas-AL)
Curso 5 - Evidências em Nutrição e Estética (Vanessa Kirsten-RS)

17:00 às 19:30:      Solenidade de abertura
                               Apresentação artística (Eliezer Setton)
Conferência: Segurança Alimentar: Novos desafios à atuação no âmbito da nutrição (Sílvia Cozzolino-SP)
                               Coquetel de boas vindas
8 de novembro (sexta-feira)
9:00 às 10:00: Conferência 1 - Doenças crônicas não transmissíveis: aleitamento materno como fator de proteção  (Bernardo Horta-RS)

                         Conferência 2 - Atualidades em interação droga-nutriente (Leandro Medeiros - PE)

10:30 às 12:30:       Mesa Redonda 1 - Nutrição na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares: novas evidências. Minerais (Sílvia Cozzolino-SP)/ Fitoquímicos (Francesca Holanda-AL)/ Probióticos (Cinthia Rodrigues-AL).

 

Mesa Redonda 2 - O Nutricionista e os órgãos de representação de classe. CFN: O reconhecimento da importância do Nutricionista no contexto da promoção da saúde (Élido Bonomo-MG)/ ASBRAN: A importância da formação continuada e do empreendorismo (Márcia Fidelix-AL)/ FEBRAN: Novas perspectivas de atuação do Nutricionista e a questão salarial (Ernane Rosas-SP).

12:30 às 13:30:       Simpósio Satélite 1 - Cozinha Brasil e Mesa Brasil: contribuições à promoção da segurança alimentar e nutricional em Alagoas (Kalline Batista-AL/ Marta Nobre-AL)

13:30 às 14:00: Seção de temas livres

14:00 às 15:00:       Conferência 3 - Atendimento sistematizado em nutrição (Márcia Fidelix-AL)

Conferência 4 - Gestão da qualidade em UAN e promoção da saúde (Márcia Paranaguá-BA)

15:30 às 17:30:      Mesa Redonda 3 - Atenção nutricional  nas hepatopatias Hepatopatias de maior prevalência em Alagoas: Bases fisiopatológicas (Juliana Célia de Farias-AL)/ Desnutrição no início da vida: repercussões sobre o fígado na idade adulta (Ana Paula Grotti Clemente-AL)/ Atenção dietética ao hepatopata (Rosângela Passos-BA)

 

Mesa Redonda 4 - Agrotóxicos, Transgênicos  e AGEs: repercussões sobre a saúde humana. AGEs (Júnia Porto-AL)/ Agrotóxicos e transgênicos (Élido Bonomo/MG)
9 de novembro (sábado)
9:00 às 10:00:         Conferência 5 - Experiência de atuação do nutricionista nos NASFs (Kelly Poliany de Souza Alves-DF)

Conferência 6 - Promoção da saúde: benefícios e malefícios associados à ingestão de lipídeos (Ana Lottenberg -SP)

10:30 às 12:30:       Mesa Redonda 5 - Atenção ao paciente oncológico. Suplementação nutricional (Yara Baxter-SP)/ Cuidados paliativos (David Buarque-AL)/ Estágio avançado: Objetivos da atenção nutricional (Emilia Wanderley-AL)

Mesa Redonda 6 - Doenças crônicas não transmissíveis e atenção primária à saúde. Perspectiva do Ministério da Saúde (Kelly Poliany Alves-DF)/ Perspectiva da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Ana Maria Porto-AL)/ Perspectiva da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (Carla Quintela Gerez-AL).

 

12:30 às 13:30: Simpósio Satélite 2 - Papel dos fitoesteróis na promoção da saúde (Ana Maria Pita Lottenberg-SP)

13:30 às 14:00: Seção de temas livres

14:00 às 15:00:       Conferência 7 - Prescrição de Suplementos Nutricionais para o Esporte (João Paulo Mendes-BA)

Conferência 8 - Marco referencial de educação alimentar e nutricional (Juliana Oliveira-PE)

15:30 às 17:00:       Mesa Redonda 7 - Saúde do escolar. Nutrição e saúde do escolar no Brasil e em Alagoas (Haroldo Ferreira-AL)/ Promoção da Alimentação Saudável no ambiente escolar (Albaneide Peixinho-DF)/ Crecheficiente: uma experiência voltada à saúde e nutrição de lactentes (Giovana Longo-AL).

Mesa Redonda 8 - Atualidades em Nutrição. Nutrição clínica baseada em evidências (Vanessa Kirsten-RS)/ Nutrigenética (Yara Baxter-SP).

17:00 às 18:00:       Assembléia Geral da ALNUT (Eleição da nova diretoria para o triênio 2014-2016).
Premiação dos melhores temas livres

Sorteio de brindes