quinta-feira, 13 de junho de 2013

Congresso debate a ciência levada da bancada de pesquisa para o leito do paciente com câncer


Levar o conhecimento adquirido na bancada de pesquisa para a prática médica. Esta é a Medicina Translacional, o ponto central do principal evento de 2013 sobre avanços em ciência, prevenção, diagnóstico por imagem e molecular, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e reabilitação do paciente com câncer. Trata-se do Next Frontiers to Cure Cancer, evento promovido pelo A.C.Camargo Cancer Center – entre os dias 13 e 15 de junho – e que reunirá mais de 100 palestrantes de instituições brasileiras e internacionais como MD Anderson, Memorial Sloan-Kettering, McGill, entre outras.
Dividido em módulos, o evento terá ao todo 90 horas/aula programadas para acontecer em quatro salas simultaneamente. Conheça alguns dos destaques do evento:
A evolução do entendimento do subtipo molecular do câncer de mama tem propiciado a adoção de modalidades cirúrgicas direcionadas ao perfil de cada paciente. O cirurgião Oreste Gentilini, da Divisão de Cirurgia de Mama do Istituto Europeo di Oncologia (IEO), da Itália, ministrará, no dia 14, aulas sobre a personalização da cirurgia de acordo com o subtipo molecular do tumor, o manejo cirúrgico de acordo com a presença de linfonodos sentinelas positivos na axila e também a experiência do IEO com radioterapia intraoperatória. A cirurgiã oncologista e diretora de Mastologia do A.C.Camargo, Maria do Socorro Maciel, abordará o manejo das margens cirúrgicas após cirurgia conservadora de mama. Complementando o segmento temático, a diretora de Radioterapia do A.C.Camargo, Maria Aparecida Conte, abordará aspectos inovadores do tratamento radioterápico em câncer de mama.
Na discussão sobre câncer de pênis, dia 14, haverá apresentações do patologista e diretor de Anatomia Patológica do A.C.Camargo, Fernando Augusto Soares (que falará sobre os fatores clinicopatológicos), da bióloga e geneticista do A.C.Camargo e da UNESP/Botucatu, Sílvia Regina Rogatto (sobre os marcadores que distinguem molecularmente os tumores de pênis de acordo com a infecção pelo HPV), e do cirurgião oncológico, diretor de Cirurgia Pélvica, vice-presidente do A.C.Camargo e livre-docente pela USP, Ademar Lopes, que abordará em sua aula os fatores prognósticos que determinam hoje o tratamento para diferentes perfis de tumores penianos.
Com a proposta de avaliar os novos caminhos para a terapia personalizada, Isabela Werneck, patologista do A.C.Camargo, abordará o significado da via do EGFR e do gene ALK no câncer de pulmão. Apesar dessas terapias – gefitinibe, erlotinibe e cloridrato de crizotinibe – serem amplamente empregadas, a busca pelo paciente ideal, por meio de biomarcadores específicos, pode ajudar na otimização do tratamento. Este aspecto será discutido neste módulo no dia 13 de junho.
O cirurgião do MD Anderson Cancer Center, George Chang, apontará os diferenciais da cirurgia por robô em comparação à laparoscopia para câncer retal no dia 13. O módulo sobrecâncer de intestino e reto abordará também estratégias de rastreamento, marcadores diagnósticos e terapêuticos, desafios relacionados às metástases, radioterapia e o papel dos inibidores de EGFR.
No módulo sobre tumores gastrointestinais, no dia 14, Felipe Coimbra, diretor do Núcleo de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo, apontará os caminhos pelos quais a medicina está percorrendo para tornar a oncologia personalizada uma realidade cada vez mais presente. "O primeiro passo para isso, logo após o diagnóstico de um tumor, é apontar o estadiamento do tumor, para entender o seu grau de avanço. Para cada nível de estadiamento, que pode ser de 1 a 4, existe um tratamento que sabemos ter um melhor resultado", explica o especialista, que aproveita para exemplificar esta personalização terapêutica: "nos casos de doença localizada no esôfago ou com envolvimento de gânglios ao redor, uma das modalidades mais utilizadas na oncologia moderna é a combinação de tratamentos como a quimioterapia, radioterapia e a cirurgia oncológica para retirada do esôfago (esofagectomia)".

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